quinta-feira

O livro de história


Fiquei perplexa com o editorial opinião do jornal O Globo de ontem 'Lavagem cerebral', sobre o artigo do Ali Kamel do dia anterior. Não havia lido.
Fala sobre o conteúdo de um livro didático de oitava série chamado "Nova História Crítica", distribuido pelo Ministério da Educação para alunos da rede pública.
Que susto!
Me limito a reproduzir aqui o editorial como forma de alerta.

LAVAGEM CEREBRAL Opinião do Jornal O Globo

A postura do Estado frente a certas áreas sensíveis define o regime político ou pelo menos o estilo do governante no poder. É assim com a liberdade de expressão e religiosa. Quanto menos houver coerção - não confundir com anarquia e ausência de leis - sobre o cidadão para ele defender, ou não, idéias e professar uma fé, mais democrático serão o país.
Outro indicador do pedigree ideológico do regime é a educação. Também aqui são necessárias normas, padrões, limites, todo um aparato regulatório que deve estar centrado em princípios inegociáveis: o aprimoramento da pessoa, sua qualificação para a vida em todos os aspectos, sem qualquer dirigismo.

Por isso, preocupam as revelações feitas por Ali Kamel em artigo publicado ontem no GLOBO sobre o livro didático "Nova história crítica, 8ª série", distribuído pelo Ministério da Educação e Cultura a 750 mil alunos da rede pública.
A obra é uma assustadora compilação de informações e análises distorcidas, equivocadas e mesmo erradas sobre a História, com um único objetivo: enaltecer o socialismo e seus ícones e qualificar o capitalismo com os piores adjetivos.


Não registrar os milhões de mortos causados por crises econômicas e perseguições políticas na China de Mao Tse-tung e na União Soviética de Stalin é omitir informações. Porém, afirmar que a Revolução Cultural chinesa "foi uma experiência socialista muito original", explicar que a URSS desabou por causa da "inveja da classe média dos países desenvolvidos" por parte dos "profissionais com curso (sic) superior", e dizer que, com a morte de Fidel Castro, há a possibilidade "de Cuba voltar a ter favelas e crianças abandonadas" é um ato de desonestidade intelectual em nome da ideologia, e cujo resultado é a formação de ignorantes toscamente politizados. Ou só de ignorantes.

Cabe ao ministro da Educação, Fernando Haddad, tirar de circulação esse compêndio de sandices e mandar rever o sistema de aprovação dos livros didáticos.
Distorções em livros didáticos são um problema antigo, vêm de muito tempo. Impossível, no entanto, não estabelecer uma relação entre esse panfleto disfarçado de ferramenta pedagógica e o aparelhamento da máquina pública executado na Era Lula.

Não por acaso, o virtual ditador da Venezuela, coronel Hugo Chávez, ameaça estatizar todo o ensino no país, para impor um currículo "bolivariano" e assim construir o "socialismo do século XXI". Quem deseja controlar uma sociedade de forma autocrática sempre apela para a lavagem cerebral

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